terça-feira, 21 de janeiro de 2014

O jovem profeta

“Eis-me aqui, envia-me” (Is6,6). Essa é a resposta do profeto Isaías quando sentiu o chamado, em oração no templo. A surpresa do profeta foi sem medida: “Ai de mim, estou perdido! Sou um homem de lábios impuros, e , no entanto, meus olhos viram o rei o Senhordos exércitos” (IS 6,5). Tocado pela brasa ardente do altar, pelo amor, ele é purificado e se põe a disposição: “Eis me aqui, envia-me”. 


Quando o carvão incandescente do amor toca e purifica o jovem e a jovem, eles se tornam audazes, livre. Nesse toque sagrado do encontro, a purificação do coração, agora livre, o/a jovem é capaz de declarar o seu amor, o seu sim com gratidão: “Eis me aqui, envia-me”, Senhor, se é teu desejo, se é tua vontade, eis me aqui. Se for agradável aos seus olhos, eis me aqui. Na minha indignidade, purificado/a com o fogo de teu Espírito, eis-me aqui, envia-me. Aqui estou como resposta-pedido cheio de gratidão: Envia-me.

A palavra “sim” de todo jovem torna-se o transbordamento do coração, o desejo da correspondência amoros: sem trocas, sem exigências, na gratuidade e liberdade de ser tocado pela brasa ardente do Deus amor. Por isso, o eis me aqui é livre, incondicionado em todos os instantes, em todos os momentos, em todas as situações. Eis me aqui repetido todos os dias da vida, nas dores e angustias, nos desânimos e fracassos, nas frustações e realizações, na solidão da cruz. Eis me aqui nas alegrias e esperanças, na transformação, na maturação, na plenificação.  Eis me aqui de uma jovem, de um jovem tocados, invadidos, tomados pela grandeza de um amor sem limites, de um amor generoso, livre e gratuito.

Esse toque sagrado chama e envia cada jovem como profeta do amor e da esperança, de um novo mundo. Na recordação da presença de Deus em Jesus Cristo, os jovens sabem, sem receios, ser a palavra e a presença profética contra a injustiça, a corrupção, a exclusão. Mas sabem também, na grandeza de filhos e filhas de Deus, testemunhar e indicar o caminho da verdade do Reino. ““Eis me aqui! envia-me”.  






Escrito por: Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília secretário-geral da CNBB

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