quinta-feira, 6 de março de 2014

A crítica e suas diferentes formas de abordagem

“Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lá.”
(Voltaire, filósofo Iluminista Francês, que defendia as mais diferentes formas de ser e pensar).


Baseado nessa perspectiva é notório que a vida está cada dia mais carente de pessoas que tem opinião formada, e particularmente, me refiro a aquelas que as expõe, com o intuito de melhorar a convivência em sociedade. Digo isso porque cada vez vemos perpetuar a nossa volta uma infinita onda de críticas aos mais diferentes temas, assuntos e comportamentos. Reviram-se os sites de notícias, passa-se o dia em frente à televisão atrás daquela "Notícia bombástica" ou em frente ao computador/celular, catando post polêmico nas redes sociais e por fim, estão todos prontos a tecer comentários maldosos.

Mas temos que ter o cuidado na hora de diferenciar o que vem pra contribuir e oque vem para desestruturar e tumultuar o sistema. Quando eu faço essa reflexão ao direcionamento da minha forma de pensar, me questiono onde está à diferença entre criticar por criticar, ou criticar com o intuito de ajudar a formar opinião. E é aí que entra essa humilde coluna na história.

As críticas podem ser entendidas como toda e qualquer observação sobre determinada ação ou comportamento, que faz com que as pessoas reflitam, repensem, revejam e melhorem a forma com que veem as coisas e o mundo.

Acredito veementemente que criticar, meramente por banalizar a crítica, sem se ver nela um ato de construção de conhecimento, não contribui em absolutamente nada para se resolver algum problema, vicio social ou de comportamento. É uma critica negativista e destrutiva, sem valor a agregar. O mundo está repleto de pessoas que só sabem criticar, apontar os erros e defeitos alheios e em nada contribuem na formação de opinião e na construção de um conhecimento com argumentos sustentáveis.

Formar opinião está muito além de criticar. É analisar o contexto que a situação está inserida e mostrar uma forma diferente de pensar em relação a determinado assunto ou problema. Mudanças de comportamento e quebras de paradigmas só acontecem por autoreflexão. De nada adianta apontar erros e defeitos alheios, pois se as pessoas não quiserem, elas continuarão tem a visão cônica, e não enxergam uma forma mais ampla e diferente de ver essas situações corriqueiras inseridas em nosso cotidiano.

É preciso então, ter em mente a critica positivista. É analisar e diagnosticar o problema, dando a ele argumentos que visem enxergarmos uma luz no fim do túnel, aonde todos os outros só fazem um julgamento nu e cru da ação. A grande massa está farta e cansada de pessoas que apontem seus defeitos e erros como se nós mesmos fossemos perfeitos. Diz o grande adágio popular que "A língua é o chicote da bunda", e na mesma tangente a cantora Pitty faz uma ressalva quando em seus versos declara: "Quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra." Ficar a espreita de que as pessoas cometam deslizes em duas vidas para serem alvo de criticas infinitas, é regredir, e de um egoísmo e desrespeito sem limites.

Então o questionamento que vos proponho é o seguinte: Ao enfatizarmos o ato de criticar por criticar (o famoso descer o sarrafo) - sem apontar caminhos e soluções tangíveis - Onde estamos contribuindo realmente na formação do conhecimento? E na dissolubilidade de algum problema? Ou ainda na mudança de comportamento? Façam-se essa mesma pergunta. Será que apenas apontando os erros alheios, mudamos alguma coisa? Ou só damos munição para que venham apontar as nossas falhas?

É fato que criticando por meramente achar bonito (e está em moda criticar), estamos contribuindo (e muito), para semear a discórdia, a confusão e seus mais diversos desentendimentos sociais, e eu, modéstia a parte, estou fora desse contexto. Minha visão do mundo está baseada na formação de opinião sustentável, aonde os argumentos que são seus pilares, são forjados não por dedos que se voltam contra as pessoas, mas com visões diferenciadas sobre determinado tema/assunto. Críticas todos sabem fazer, apontar erros e defeitos é comum a todos, mas ajudar a formar opinião poucos fazem. Isso demanda tempo e muita humildade, mas acima de tudo, uma grande vontade de que as coisas realmente melhorem.

Agindo assim, quem sabe, passamos a entender que todos nós somos passíveis de erros, e que, para sermos melhores, precisamos compreender que nem todos têm a mesma visão das coisas, mas que podemos ter visões melhores, mudando a forma de pensar ou o ângulo da perspectiva, respeitando sempre oque vem na mão contrária. Conhecimento é uma via de mão dupla; Saber ler, reler, e argumentar. É a evolução da forma de pensar em todos os sentidos.

Eu defendo e apoio todos os manifestos/formas de pensamento. Venero e admiro quem tem opinião sobre os mais diferentes assuntos, e expondo, contribuem na formação do conhecimento. Mas tenho repúdio por aquelas críticas vazias, sem conteúdo, que não somam, muito pelo contrário, só diminuem. São criticas negativas em todos os aspectos. Elas poluem e manipulam a massa com a distorção parcial ou completa da situação, pois só manifestam os erros, e não conotam na mudança de comportamento ou resolução do problema.

E isso vai contra a critica construtiva, por que ela está ali para agregar valor ao conhecimento e não para preencher o vazio que só apontar o erro alheio propõe. Lembrarem-vos que, erros todos cometem, problemas todos têm. Temos que estar cientes disso, e é por isso que aconselho a todos, que se olhem no espelho todas as manhãs; somos todos imperfeitos...

Caso contrário perpetuamos o falso moralismo, aonde é o sujo que fala do mal lavado...
É o macaco que senta em cima do rabo, e de longe, zomba e só enxerga os defeitos dos outros.

Dedico essa coluna ao meu grande amigo Ícaro Palhano, que hoje está sentado ao lado do papai do céu. Amigo querido, obrigado por tudo, e principalmente, por sempre elogiar minha forma de pensar.

Saudações meus queridos, e agora o ano começa no Brasil, pois todo carnaval chega ao seu fim e DELE PAU !!!






Escrito por: Vitor Thomé Cechetto

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